“SACO DE PANCADA DA DEMOCRACIA”
Em uma das primeiras sessões na Câmara Municipal de Poço Branco, início do nosso mandato, o vereador e meu amigo pessoal, Alexandre do Pastor, disse a seguinte frase: “o vereador é o saco de pancada da democracia”. Com o tempo, percebi o quanto a brilhante expressão usada pelo nobre parlamentar se constitui numa grande verdade do mundo da política. Agora, li, no mural desse blog, com muita tristeza, comentários infelizes de pessoas que, ou não vão às sessões da Câmara de Poço Branco ou estão querendo antecipar o processo eleitoral, na medida em que tentam desqualificar as ações desenvolvidas pela Câmara, “sem poupar a cabeça de ninguém”.
Se a prefeitura, seja por questões de prioridades em relação a outras obras, seja em face da insuficiência de receitas ou um outro motivo qualquer (que só o prefeito sabe explicar), não reforma o Matador, se joga a culpa nos vereadores; se os banheiros públicos da feira não são reformados, a culpa também é dos vereadores; se as ruas estão esburacadas, em razão das chuvas, ou na escuridão, lá vai mais um ônus para a conta dos vereadores.
Alguns cidadãos, infelizmente mal informados ou, mesmo conhecendo as ações dos vereadores, preferem, propositadamente, “detonar” alguns parlamentares junto a opinião pública, não porque desejam o desenvolvimento da cidade, mas sim por politicagem mesquinha e barata – às vezes almejando até a vaga daquele vereador a todo custo, usando, não raramente, de artifícios sujos, mentirosos, caluniosos e difamatórios. É o famoso “puxada de tapete” para conseguir o poder de todo jeito.
Nada contra que determinadas pessoas almejem a cadeira de vereador para um parente ou candidato preferido seu, pois, afinal, vivemos no Estado Democrático de Direito e todos têm o direito de votar e ser votado, eleger e ser eleito. A questão é que ninguém cresce de forma sustentável na política e nem na vida, jogando sujo e “puxando” o tapete de outras pessoas, violando valores princípios, como a verdade, a retidão, a ética, a coerência, respeito ao próximo e humildade - valores, infelizmente, em extinção, especialmente na política.
Os “desinformados” ou “maliciosos” dizem nas ruas que a Câmara é silenciosa, que não cobra nada ao prefeito, que não faz requerimentos, que os vereadores não lutam pelos funcionários, que isso, que aquilo. Enfim, o foco é sempre “bater” na câmara e, na maioria das vezes, notadamente em determinado parlamentar - como se ele tivesse poder e controlasse as finanças do município. Fazer justiça é preciso. Vamos aos fatos e suas análises:
Ora, meus amigos conterrâneos, com todo respeito às legislaturas do passado, mas essa Câmara é, sem dúvida, a mais produtiva e atuante dos últimos tempos. Basta, para fins de constatação, que esses “mal informados” ou “maliciosos” vão aquela casa e verifiquem, com seus próprios olhos no livro de atas, o imenso número de requerimentos enviados à Prefeitura Municipal. A prefeitura atende a alguns requerimentos, outros não dá resposta (e isso já foi objeto de cobrança na Câmara de nossa parte) e outros não executa, alegando insuficiência de recursos para executar tal solicitação. Mas cobrança, isso não tem faltado por parte da maioria dos parlamentares daquela casa.
É, também, a Câmara mais inovadora e criativa que já vi, se não vejamos: ações como a câmara itinerante, audiência pública, moções de reconhecimento, tele-centro que capacita jovens no curso de informática, preparando-o para o mercado de trabalho, etc. São apenas algumas das ações promovidas pela atual Câmara. Ah, outra coisa: quando é preciso – para os que dizem que somos subservientes - aquela casa tem a coragem, sim, de divergir do atual gestor municipal. Quem não lembra da polêmica questão das cigarreiras, episódio no qual o projeto de lei que regulamentava a manutenção das cigarreiras nos locais, onde atualmente estão situados?
Este projeto foi vetado pelo Prefeito e tivemos a coragem de derrubar o veto e colocar em vigor tal projeto de lei de forma imediata. Quem não lembra da discussão sobre qual seria o melhor dia para a feira (se sábado ou domingo)? Naquela oportunidade discordamos de várias pessoas, envolvemos a sociedade, comerciantes, aprofundamos o assunto e fizemos, democraticamente, um riquíssimo debate, onde o bom senso prevaleceu e a feira continuou a ser realizada no domingo. Quantas vezes cobramos naquela casa (as atas estão lá para quem quiser consultá-las), inclusive ao próprio prefeito (em sua mensagem de ano), os problemas sociais do Conjunto Portelinha, as ruas escuras e esburacadas do Conjunto Novos Tempo?
Quantas vezes vários colegas cobraram o problema do Matadouro e da falta de Saneamento da Av. Santa Luzia? Verdade seja dita, quando o prefeito atual acerta, reconhecemos e, inclusive, o parabenizamos - e tal atitude incomoda aqueles que respiram política “24 h“, pois entendem que vereador da oposição é só para “bater” e criticar. Não foi e nunca será essa nossa postura, pois muito maior que a politicagem irresponsável, que prega a “teoria do caos”, é o crescimento e o desenvolvimento de nossa cidade. Mandato responsável é o nosso lema.
Fizemos muito, mas sabemos que podemos fazer muito mais. Porém, dizer que os vereadores não estão cobrando do Prefeito a resolução dos problemas sociais e econômicos de Poço Branco e que não debatem tais problemas ou não apresentam requerimentos necessários para resolvê-los é, no mínimo, leviandade ou desconhecimento das ações da Câmara atual. É por isso que este ano, vamos cobrar mais fortemente a todos os colegas vereadores e ao próprio Presidente da Câmara para divulgar mais as ações daquela casa. Vamos fazer mais Câmaras Itinerantes, criar mais canais de comunicação com povo a fim proporcionar uma maior interação entre o povo e a Câmara.
Mais uma vez, reitero o convite a todos os nossos amigos Poçobranquenses, especialmente aos “desinformados”, para usarem a tribuna livre, freqüentarem as reuniões da Câmara, fazendo, assim, suas próprias conclusões, quais sejam: Quais as ações desenvolvidas por determinados vereadores? Quem tem coragem de cobrar? Conteúdo dos requerimentos? Quem tem, verdadeiramente, comprometimento com o desenvolvimento econômico e social do município - e não apenas com “próprio bolso”?
Em algumas sessões na Câmara, ano passado, bateu-me uma tristeza e vontade de desistir da política quando, após uma noite intensa de bons trabalho naquela casa (bons requerimentos, cobranças pertinentes, ricos debates e consciência que estávamos cumprindo nosso papel como parlamentar), percebi que apenas “duas ou três testemunhas” assistiram àquela sessão e, o que é pior: não foram ali para conhecer os projetos aprovados ou requerimentos que podem influenciar diretamente no seu cotidiano (alguns deles nem se importam e nem envidam esforços para sugerir ou opinar sobre o que está sendo decidido naquele momento).
Infelizmente, alguns deles, estavam ali apenas para, após o final da sessão, pedir a algum vereador um saco de cimento, um feira, óculos, etc. Infelizmente mudar a cultura de boa parte do nosso povo e fazê-lo despertar para o pleno exercício dos seus direitos não é fácil e isso não ocorre do dia para noite. Enfim, amigos, próxima terça-feira começam as sessões e espero que esse cenário possa mudar. Vão lá, usem e abusem o seu direito de cidadão. Critiquem, opinem, sugiram. Só lhes garanto uma coisa (no tocante a conduta do nosso mandato): quando acertarem (prefeitura, entidades jurídicas e a própria Câmara) temos a ombridade de reconhecer em público.
Quando algo estiver errado e precisar melhorar, cobraremos sem destemor, bem como coloco nosso mandato à disposição para ajudar no que for necessário. No entanto, não esperem, de minha parte, agressões a honra e moral de ninguém, pois respeitar as pessoas é sempre preciso - possivelmente, em legislaturas passadas, as sessões lotavam, em sua maioria, porque tinham muita briga, agressão moral (e até física). Não raramente, era notório alguns parlamentares defenderem sua sigla partidária, desejando o poder pelo poder a todo custo, porém sem demonstrar o comprometimento e responsabilidade devida por uma causa mais relevante: desenvolver nossa querida cidade.
O tempo é o melhor remédio para nos mostrar aqueles políticos que querem o poder pelo poder, a fim de, sem nenhum comprometimento com a evolução da cidade, apenas enriquecer à custa do erário público. É esse mesmo tempo, que ilumina a cabeça do nosso povo a fim de que eles façam um julgamento justo e sábio nas urnas no dia das eleições. O nosso povo é inteligente e seletivo, de sorte que quem demonstrar as virtudes acima mencionadas, deverá ser reconduzido ao mandato; quem não as possuírem, o próprio povo fará justiça com as próprias mãos e dará a oportunidade a outro. Afinal, o povo é soberano e a liberdade democrática se exercita assim. Portanto, não adianta tentar antecipar pleito e nem denegrir a imagem de ninguém de maneira leviana, pois o tempo e o povo decidirão, sabiamente, na época certa, quem deverá continuar no cargo. Aos poucos, o povo, sabiamente, vai separar o “joio do trigo”. Um abraço à todos.
Vereador Edinho.