28 de mar. de 2012

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A TERÇA-FEIRA


A última terça-feira (27) não sairá da memória de muitos poço-branquenses tão facilmente. Foi um dia triste para toda comunidade, como tem sido nos últimos dias. A terça começou com o sepultamento do poço-branquense Aldo Alves (Aldo de Seu Eráquio), precocemente falecido no dia anterior e vítima de complicações hepáticas. À tarde, duas cerimônias religiosas foram realizadas ainda em função das recentes mortes de Tico Santana e Dona Quininha (foto acima).


Na Igreja do Coração de Jesus, às 18h, foi realizada a Missa de 7º Dia da poço-branquense Joaquina Cacheado de Souza (viúva do ex-prefeito Zé Igapó). Já na Capela do Conjunto Novos Tempos, às 16h, foi rezada a Missa de 7º Dia do poço-branquense Francisco Santana da Silva (Tico Santana).

HOMENAGEM DE UM NETO

Há 07 dias atrás, minha mãe, minhas tias e meus tios, deram à Deus não só a matriarca da nossa família, mas também ao grande elo de todos eles. Vó Quininha, nunca foi a personificação do carinho e amorosidade, são raros os gestos que ela teve em acariciar um neto ou filho, mas sempre será lembrada por ser braço forte e a mão amiga de toda uma geração.

Eram os seus aniversários, durante toda a minha infância, um dos dias mais importantes do ano. Quando desde as primeiras horas do dia, eu e meus primos, nos reuníamos na casa de vovó, com o intuito de brincar, mas ultrajado na nossa ajuda em encher todos os balões, posiciona-los na piscina e arrumar as cadeiras… Isso foram cenas que se repetiam todos os anos, por um tempo que passou tão breve.

Crescemos brincando na piscina da casa de vovó, era o ponto de encontro de toda a nossa família, fomos educados pelos nossos pais, mas sob a supervisão de Vovó, Tio Dinarte e Pinta, nossa Dinalva. Fomos todos ouvintes atentos a tantas histórias, de campanhas políticas, brigas conjugais e claro, as suas sempre presentes doenças, endossadas pelo humor de tia Pureza, e sempre nas férias, compartilhados com a visita de tia Sinhá e Tia Noemia.

Vó Quininha não era muito de concordar conosco e sempre tinha algo para repreender. Mas, se ela pudesse saber o que vou contar dela aos meus decedentes, ela iria ouvir o que contarei a vocês agora:

Dona Quininha, a minha vó materna, teve dez filhos, adotou mais uma filha e uma cidade inteira. Mas desses, nenhum supera o amor que dedicou ao seu companheiro. Casou com ex-combatente, Sr. José Francisco de Souza, Zé Igapó. Contrariando sua família, que muito em breve seria conquistada por esse mesmo genro.

Em vida, superou a dor de perder um filho, ficou viúva, depois se foram mais dois filhos e ainda teve médico que falasse que seu coração era fraco. Foram 21 uma cirurgias, válvula mitral, um marca-passo e tantas outras operações que é normal perdermos a conta. Foi à Roma, a Terra Santa, Portugal, Espanha, e quase toda a Europa. Porém nenhum desses destinos, supera as suas idas a Canindé e Juazeiro, foram incontáveis viagens e incontáveis histórias para contar.

Dona Quininha morou em uma casa que foi sinônimo de acolher. Lá em Vó, nunca fizemos uma refeição com o número menor que quatro pessoas na mesa. Sua casa sempre acolheu muita gente, era por Dona Quininha, que muita gente de Poço Branco foi recebido quando precisava estudar em Natal, fazer tratamento médico, ou passar as férias mesmo. E quando se tratava de férias, não existia outro endereço, era Dona Quininha quem recebia toda a comitiva da nossa família que vinha de São Paulo, sem lhes deixar faltar nada, com um jeito como só ela tinha.

Sempre ouvi dizer que por trás de um grande homem, existe uma grande mulher. No caso do meu avô, minhas tias sempre contam que vovó nunca esteve por trás, mas ao lado, segurando em sua mão e indo à luta. Dona Quininha foi a primeira dama do Prefeito Zé Igapó, e a mãe da cidade inteira. Braba, coração de ferro, língua afiada e uma vontade enorme de vencer na vida. Ela pode ter certeza, venceu.

Venceu amando seu amado, seu companheiro, mais que tudo na vida. Venceu vendo seus filhos, se encaminhando, construindo cada qual o seu caminho e a sua história. E se eu falasse da história da minha vó, e após citar, Poço Branco, seus filhos, não falasse em Maria, estaria sendo injusto. Uma companheira, uma amiga presente em todos os momentos, é quem tem o cheiro, a voz, a cara, e tudo relacionado a vovó. São quase três décadas de dedicação, fidelidade e disponibilidade integral em servir.

Por fim, minhas impressões pessoais terminam lamentando não ter sido o Neto médico que a senhora falou que teria, nem médico de gente, nem de cachorro, como brincávamos. Mas a senhora tem um Neto que gosta de gente, como você. Dona Quininha soube ouvir a voz do povo. E tenho certeza que se estivesse aqui, diria que faria tudo de novo”.

Seu neto, Leonardo Souza.

HOMENAGEM DE UM AMIGO

Em breve, o Blog divulgará a homenagem de um amigo ao saudoso Tico Santana.

Um comentário:

Nydyane disse...

Oi Daniel,
Muito bom acessar o blog e ver tão grandes e belas declarações de amor retratados em textos...Palavras simples de uma história de vida tão grandiosa que tocam o coração de verdade, Parabéns!!E voçe Leonardo Souza, como sempre, que coração hein??? Quanto amor!!! Consegui vivenciar a sua história...e que linda!!! Que sua vovó esteja em paz e na certeza daquele futuro e quando Deus quiser reencontro!
Bjssss...Nydy