15 de abr. de 2011

NOTÍCIAS GERAIS

SAUDADES DA PAIXÃO DE CRISTO

Já se passaram vários anos desde a morte definitiva de uma de nossas culturas, quem sabe uma das mais privilegiadas da região do Mato Grande. É chegada a Semana Santa e fico imensamente triste em não ter mais a nossa Peça “A Paixão de Cristo”, que mostrava a história de um grande homem que morreu por nós e também trazia pessoas de várias partes da região e do estado. Hoje, quem passa pelo local onde era realizada a Peça se emociona e lembra que ali já passaram grandes pessoas - como Bernardo, Antônio Miranda, Hélio Cambêta, Geraldo Gonçalo, Pelé e outros de quem não lembro os nomes. O que antes era um grande centro de cultura, hoje não passa de ruínas e de saudades.

Já houve um tempo onde as pessoas davam valor a nossa cultura, um tempo em que as pessoas saiam de suas casas para ensaiar e ajudar nos preparativos. Mães de famílias, pais, irmãos, primos... O Grupo Teatral Águia era uma família, uma grande família. Faziam isso com o único propósito de passar uma mensagem de paz para os que iam assistir. Uma das pessoas que faziam a magia do grupo acontecer era o senhor Antônio Miranda, um homem que tinha amor pela coisa. Eu era apenas uma criança, mas lembro da sua determinação para que o espetáculo acontecesse de forma satisfatória pra todos. Lembro das pessoas que ficavam atrás das cortinas e da preocupação dos contra regras e narradores para que tudo funcionasse. Eram pessoas que não ganhavam nada, mas se contentavam com os aplausos da platéia.

Não sei o que aconteceu para tudo acabar. Parece que o grupo caiu em amargura com a saída, a cada ano, de mais e mais atores. O grupo chega ao ápice do fim, deixa de fazer a peça no seu local de origem pra improvisar uma encenação no ginásio - pelo que me lembro, foi o último. Hoje, quem participou da peça, como eu participei, vive apenas de lembranças, de momentos bons. Antes e após cada Peça realizada, rezávamos para agradecer o sucesso. Todos tinham seus momentos ruins, mas no final tudo dava certo como o que foi ensaiado. As pessoas saíam de suas casas, o padre vinha prestigiar o evento e outras autoridades também. As pessoas não vinham ver atores profissionais. Eles vinham ver donas de casas, estudantes, pais de famílias.

Hoje, um pedaço da nossa cultura estar morta por causa de pessoas irresponsáveis, por causa de pessoas que só pensavam em si mesmas. E não sabemos se a Peça irá voltar um dia. É triste admitir, mas um povo sem cultura é como uma caverna vazia e escura: nunca há nada de interessante para se ver dentro dela.

Thomas Jefferson - Estudante

I CAVALGADA DA SAUDADE

Saindo de Poço Branco com destino a cidade de Taipu, a I Cavalgada da Saudade pretende envolver um grande número de pessoas, admiradores desse tipo de evento. Com o objetivo de homenagear Osvaldo Lins (in memorian), agropecuarista de destaque em toda a região do Mato Grande, a I Cavalgada da Saudade será realizada neste sábado, 16 de abril, saindo de Poço Branco com destino a Taipu, onde haverá um grande show com artistas regionais.

A concentração será às 8h da manhã, na Fazenda Lagoa do Rancho, onde será servido um café da manhã e, em seguida, o Padre Assis celebrará uma missa para abençoar os participantes da cavalgada. Segundo os organizadores, parte da renda da cavalgada será destinada a instituições sociais. A cavalgada partirá da Fazenda Lagoa do Rancho, passando por Poço Branco, seguindo pela BR 406 e encerrando na cidade de Taipu. À  noite, os artistas Waldonys e Briola, ex-cantor da Banda Ferro na Boneca, farão um show. Além destas atrações, outros artistas de bandas de forró se apresentarão durante o evento.

As inscrições, que custam vinte reais (R$ 20,00), já estão abertas e podem ser feitas no Comercial Rodrigues, em Taipu, na Farmácia Serve Bem, em João Câmara, e na FM 106, em Ceará Mirim. A inscrição dá direito a um kit, com uma camiseta, um  boné e uma senha para o show. Em sua primeira edição, a Cavalgada contará com infraestrutura capaz de oferecer segurança aos participantes durante todo o percurso. Uma equipe médica ficará de plantão para atender eventuais situações. Além disso, policiais militares farão a segurança do evento.

A cavalgada, que tem público alvo fazendeiros, vaqueiros, amazonas e cavaleiros, produtores rurais, terá um percurso de 18 km e será um momento de confraternização entre os amantes da montaria e os admiradores desse tipo de evento. Outras informações com os organizadores do evento: Júnior Rocha (9153-8038) e Kléber (9915-4657).

João Pedro - Jornalista

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