26 de set. de 2012

COTIDIANO

FERIDAS

Avenida Manoel Rodrigues
Em tempo de eleição municipal é raro se ouvir outro assunto na cidade que não seja política. Mas essa dedução não tem nada de unânime: há quem acredite que aqui não é mais possível “discutir” o tema sem que haja embates, provocações e até ameaças. Nem mesmo velhos amigos de infância estão conseguindo se habituar a esse tão amistoso clima que os candidatos e suas estratégias de marqueting conseguem criar – mesmo que nem sempre tenham essa intenção.

Ao ouvir de um poço-branquense nato dizer: “estou decepcionado com o que a política vem fazendo com algumas pessoas de Poço Branco. Sei que nem todo mundo age assim, mas tenho visto amigos quase se odiando por causa dessa eleição. Onde está a cabeça desse povo? Há uns dias atrás procurei dois amigos para tomar umas, como sempre faço quando estou em Poço Branco. Um deles disse que não poderia beber com o outro amigo porque pegava mal pra ele, pois os candidatos que ele apoia poderiam ver os dois juntos e achar que ele estava pulando de lado”, percebemos que há sérios motivos para se preocupar.

O maior problema dessa celeuma não está na rivalidade entre lados opostos, até porque isso sempre ocorreu. A diferença do passado é que algumas pessoas se comportam politicamente como se estivessem defendendo as próprias causas e não as causas de políticos, suas famílias e demais agregados. É uma pena que tantos não se mobilizem por outras causas, não vistam camisas por outros ideais e direitos que ainda têm a conquistar. E o pior: as feridas abertas hoje não têm prazo para cicatrizarem.

OS QUE NÃO CONTAM

No final, eles são a mesma coisa?
A imprensa não se interessa tanto e a divulgação desse assunto acaba não sendo explorada o quanto deveria. Em geral, ela acontece apenas nos períodos eleitorais e, depois, sua discussão se perde e cai no esquecimento. Estamos falando dos votos não válidos: abstenções, nulos e brancos.

De tão comuns, os votos brancos e nulos são considerados, respectivamente, como votos de protesto e erro proposital (ou não) de digitação. A consequência maior deles para a sociedade é dar às pessoas menos esclarecidas mais força eleitoral. Em um país onde a compra de voto, o voto cabresto e o voto induzido pelo marqueting são comuns, se as pessoas mais conscientes resolverem anular seu voto, o resultado pode ser o pior possível. Quanto mais votos nulos e brancos uma eleição possui, menos legítimo será o governante  por ela eleito.

Já o que leva uma pessoa a não comparecer às urnas não é tão fácil de entender. Tantas abstenções podem significar o desinteresse do eleitor, a dificuldade de locomoção até às urnas e até a ausência daqueles que não são obrigados. Entretanto, a explicação mais aceita remete aos votos transferidos, ou seja, àqueles eleitores que moram numa cidade, conseguem votar em outra e que poucas vezes possuem raízes no município onde votam.

Nas últimas quatro eleições para prefeito (1996, 2000, 2004 e 2008) estes três números sofreram diversas oscilações. Em 1996, aconteceram 885 abstenções, 164 brancos e 266 votos nulos. Quatro anos depois, os votos não válidos computaram 1.027 abstenções, 101 brancos e 353 votos nulos. Em 2004, esses dados chegaram aos menores números da história: 578 abstenções, 580 votos nulos e 91 brancos. Em 2008, os números novamente cresceram: 799 abstenções, 639 votos nulos e 253 brancos.

Eles não contam, mas são votos que decidem qualquer eleição e que elegem e deixam de eleger muitos candidatos a vereador e a prefeito.

2 comentários:

Gerbazio disse...

A equipe da tv foi a poco branco sim e um amigo meu que trabalha lá me confirmou. E foi pra mostrar a realidade de abandono do hospital, mas nao fez a reportagem nao sei por que.

Naquele hospital nao tem medico atendendo, nao tem enfermeiro, nao tem tecnico de enfermagem, nao tem pessoal da cozinha, nao tem nenhum tipo de remedio, nao tem equipamento, nem maca, nao tem nutricionista, nao tem ambulancia, nao tem motorista, nao tem segurança, nao tem maqueiro e nem tem comida, nao tem computador e nem impressora, nao tem papel, nao tem nada.

Enfim, o hospital nao tem nada e as pessoas trabalham la nao fazem nada por que nao tem o que fazer. O pessoal que trabalha lá ganham o dinheiro com a cara sem fazer nada. Alias lá nao tem nem paciente por que lá nao tem nada.

Peraí, voces querem que o povo que nao conhece a realidade acredite nessa historia. Homi como é que alguem ainda quer fazer politica enganando o povo e acreditando que as pessoas sao analfabetas e burras e que nao conhecem a realidade.

Ei, aqui no Rn a saude ta um m... deve ser por isso que esse povo que apoia a governadora quer por fina força que a gente acredite que o hospital de poço branco tá do jeito da dos hospital do estado. Esses politicos que acha que o povo é burro faz isso pro povo eleitor deles nao ir no hospital e ver que é mentira tudo que essa oposicao anda dizendo.

E tem mais. Nao sao todos mais tem uns amarelo dizendo ao eleitor deles que por amor de deus nao va pro hospital se precisar. É so correr atras do mourao da saude que ele socorre. Ei muita gente depois do hospital abriro os olhos e nao tao saindo pra faser cirurgia em açougues por ai nao. Depois desse hosptal esse povo quebraram as perna e só os muito apaixonado é que nao ver a realizdade.

fred disse...

É isso ai Daniel como vc bem disse na materia sobre Taipu, os dados da pesquisa foram considerados incorretos e a oposicao tinha razao.