O
SINDICATO RURAL
Sócios aguardando o momento de escolher a nova direção do STTR de Poço Branco |
Tradicional e atuante entidade classista do muncicípio, o Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Poço Branco (STTR), através de seus sócios aptos ao processo eleitoral, escolheu a sua nova presidência. Aos
36 anos, a cidadã e também blogueira Gildênia Barbosa da Silva Freitas, natural de
Taipu-RN, foi eleita por aclamação e se tornou a primeira presidenta do sindicato. A eleição ocorreu no dia 7
de julho passado, na Escola Estadual José Francisco Filho.
Gildênia (de pé) durante a comemoração da vitória da Chapa 1 |
Na ocasião, foram eleitos os membros da nova diretoria e do conselho
fiscal da entidade. Duas chapas disputaram a eleição: a Chapa 1, encabeçada pela senhora Gildênia
Barbosa da Silva Freitas; e a Chapa 2, pelo senhor Sebastião Pedro de Carvalho
(Batu). Após a apuração dos votos a Chapa 1 obteve 379 votos, contra 15 votos
da concorrente.
ENTREVISTA
GILDÊNIA BARBOSA DA SILVA FREITAS
1.
Quais foram as suas primeiras atividades na comunidade, antes de ingressar no STTR?
Durante
vários anos, participei do Grupo de Jovens da Igreja Católica de Poço Branco. Nos
anos 90, quando o Movimento dos Sem Terra (MST) chegou à nossa região, contribui
na articulação das propriedades consideradas improdutivas e na mobilização dos
agricultores e agricultoras para que eles pudessem ocupar essas terras para, em seguida,
serem compradas pelo governo.
2.
Qual a sua ligação com as atividades rurais e o que a levou a ingressar no
sindicalismo?
A
minha maior ligação com o campo veio do berço, pois sou filha de agricultores
e me casei com um agricultor. Acredito que esse destino já estava em minhas veias
e acredito que eu não tinha como fugir dele.
3.
Hoje, como a senhora enxerga o STTR de Poço Branco se comparado a gestões
anteriores?
Todos tiveram sua época. Hoje,
o sindicato tem uma maior visibilidade - tanto interna, quanto externa. A disputa
pela presidência da entidade aumentou em relação ao passado e a forma de conduzir os
trabalhos mudou pra melhor, principalmente, em relação à Previdência Social. Há
ainda um maior reconhecimento de outras entidades sindicais em relação ao nosso
sindicato e ao nosso trabalho, tanto que ocupo o cargo de secretária
de formação da Central Ùnica dos Trabalhadores (CUT) certamente graças ao desenvolvimento
do nosso sindicato.
4.
O que deve ser feito para que o STTR possa prestar serviços de utilidade
social, médica, odontológica e jurídica de forma integral a seus sócios?
Esses
serviços já existem em nosso sindicato. Temos atendimento médico e oftalmológico,
assim como a disponibilidade de um advogado para a orientação dos associados.
5.
Em sua opinião, há como o STTR se aproximar da
população do município que não faz parte do
quadro de sócios da entidade?
O
sindicato é voltado exclusivamente para as atividades relacionadas aos trabalhadores
e trabalhadoras rurais do município e não há como estendê-las a toda população
do município. A maioria dos associados ainda tem a prática de procurar
a entidade apenas quando precisa requerer um benefício para Previdência Social, mas o sindicato não se presta apenas a isso.
Um dos desafios do nosso mandato é levar o STTR às comunidades e
assentamentos rurais para fazer um trabalho de base mais completo, informando a
todos sobre seus direitos e deveres que a maioria desconhece.
6.
Qual a sua opinião sobre a reforma sindical que ainda está emperrada no
Congresso Nacional?
Esse
é um tema muito polêmico e que requer um maior aprofundamento e debate em toda
a sociedade brasileira. Por isso, prefiro não comentar agora.
7.
A senhora acredita que o movimento sindical, de uma forma geral, não tem mais o
reconhecimento e a confiabilidade da população de tempos atrás?
Acredito
que sim, pois o movimento sindical se acomodou bastante depois da chegada do sindicalista
Luiz Inácio (Lula) a Presidência da República. Muitos sindicalistas achavam que
um governo de esquerda seria muito benéfico para o movimento e que tudo seria
diferente. Só que essas mudanças não foram tantas e pouco se alterou no cenário
sindical desde então. Acredito que, de certa maneira, esse cenário contribuiu
para que a população perdesse um pouco da confiança que tinha pelo movimento sindical. Hoje,
todos nós sentimos na pele as consequências de políticas públicas voltadas para
os trabalhadores rurais que nunca chegaram na forma e no tempo esperados por
quem mais precisa.
8.
O que a senhora pretende inovar no STTR durante o seu mandato como presidenta
da instituição?
Além
de levar a sindicato até as comunidades rurais, pretendo estabelecer uma
parceria como o poder executivo local, de modo a facilitar a solução de problemas comuns e dar maior visibilidade a essa categoria que tanto carece da
presença do poder público.
NOTA: O Blog de Poço Branco agradece pela presteza, maturidade e respeito ao debate mostrados pela entrevistada.
Um comentário:
Para beins a gildenia pela vitoria e muito sucesso a ela e o sindicato.
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