2 de nov. de 2011

SÉRIE DE ENTREVISTAS

O HOTEL DE POÇO BRANCO

Por Jorge Luiz Carvalho de Souza

Aos 55 anos, o cidadão Jorge Luiz diz ter vivido grandes momentos de sua vida bem próximo do Hotel de Poço Branco e do quanto ele representou para o município de Poço Branco. E acrescenta: “O Hotel era o maior e, talvez, o único de toda região do Mato Grande naquela época e não significava apenas um local de hospedagem. Além de clube, era o ponto de encontro de toda juventude poço-branquense. Todo mundo combinava pra conversar nas calçadas do Hotel...”.

Para Jorge Luiz: “O Hotel foi fundado em 1963, pelo funcionário da construtora da barragem, o Sr. Wilson Monteiro, que lhe deu o nome de Sanelândia Hotel. Nos seus mais de 20 anos de existência, o Hotel deixou muita saudade, pois era o lugar dos grandes carnavais, das matinês, das festas do padroeiro, da escolha da rainha, dos festivais de chopp, dos bingos e das domingueiras”. Numa dessas festas inesquecíveis, Jorge Luiz relembra a disputa entre Dorinha Miranda e Gorete de João Damasceno pela coroa de Rainha do Hotel de Poço Branco, quando Dorinha levou o título.

Jorge Luiz afirma que a decadência do Hotel aconteceu por causa da saída do pessoal da Nóbrega & Machado e do DNOCS. O centro financeiro da cidade girava em torno dos salários da construção da barragem e, quando a obra foi concluída, a então população de Poço Branco não teve condição de manter o mesmo ritmo de consumo de outrora. Jorge Luiz também lamenta que os governantes da época não tenham tomado as providências necessárias para que o Hotel tivesse sido mantido funcionando por mais tempo.

Jorge Luiz nos revela ainda que, nos anos 60, 70 e início dos anos 80, tudo era difícil quando se falava de opções de lazer. Além do Hotel, a juventude de Poço Branco não tinha muitas outras opções. As festas no Clube de Jovens (atual Câmara dos Vereadores) e os filmes exibidos no Cinema de Manoel Cruz eram as alternativas de entretenimento existentes para os poço-branquenses.

O HOTEL DE POÇO BRANCO

Por Dinalva Maria Souza de Menezes (Dorinha Menezes)

Ao iniciar sua entrevista ao Blog, Dorinha Menezes (54) classificou o Hotel como uma obra imponente – para a época, e disse mais: “O Hotel teve, juntamente com a barragem, uma importância muito grande para o desenvolvimento do município de Poço Branco. Muitas pessoas vieram conhecer a barragem em construção e ficavam hospedadas no Hotel; outras passavam fins de semana, luas de mel; apreciavam as comidas típicas locais, os luaus e o conforto dos seus apartamentos. O Hotel era o ponto de encontro mais badalado pela juventude poço-branquense, pelos que vieram trabalhar na construção da barragem e foi fundamental para a consolidação do turismo no novo município”.

Entre muitas lembranças consideradas “inesquecíveis”, Dorinha destaca as tardes de domingo: ocasião em que muitos jovens batiam papo, dançavam e tocavam violão na área livre do Hotel. “Como esquecer um tempo tão mágico?”, pergunta. “Não dar pra esquecer os irmãos Antônio, Zeca e Isolda Miranda; os meus amigos Dorinha Miranda, Daíres, Fátima Freitas, Neci Baía, Bernardo, Ceição de Valderez, Aparecida de Saturnino; os meus irmãos Dinarte, Divaldo e Dorotéia; dentre outros. Foi uma época maravilhosa e que o Hotel foi testemunha de tudo”.

Para Dorinha Menezes o Carnaval era a melhor festa realizada no Hotel. “Era o maior Carnaval do Mato Grande, pois recebia jovens de várias cidades da região e também do Estado. O seu ponto forte eram os desfiles de fantasias, que encantavam toda a população presente ao evento. As ruas próximas ao Hotel ficavam cheias de gente e de alegria, sem ter sequer um ato de violência”.

Para Dorinha, a decadência do Hotel se deu por vários motivos - mas alguns foram determinantes. Ela argumenta que: “Depois da inauguração da barragem, o Hotel precisou mudar o seu foco principal, que era a hospedagem. Era preciso investir em eventos e em outros atrativos turísticos, mas faltou visão de futuro às administrações municipais da época para transformar o Hotel numa grande área de lazer ou até mesmo em um centro administrativo municipal. Hoje, vemos a consequência disso, pois ainda somos uma das poucas cidades do país que não possui uma sede própria de sua prefeitura”.

Emocionada, Dorinha Menezes afirmou ao Blog que o Clube de Jovens foi outro importante local de lazer para a população de Poço Branco (no passado) e que tem uma história tão bonita quanto a do Hotel.O Clube foi construído com o esforço da comunidade jovem e com o apoio da Igreja Católica. Nunca mais veremos uma realização desse tipo em nossa cidade... No Clube havia uma porta onde Sebastiana Gonçalo vendia salgados e que, após qualquer alvoroço, os salgados voavam longe... Mas ela (Sebastiana) sempre deixava uns pra mim, pra meus amigos e meus irmãos...”.

A entrevistada do Blog disse sentir falta de espaços (como era o Hotel), onde as famílias locais pudessem se reunir e disfrutar de coisas simples, puras e proveitosas para seus filhos e netos. Ela nos revela que os costumes dos jovens mudaram bastante dos anos 60 para os dias atuais e que estas mudanças não foram positivas. Para finalizar seu comentário, Dorinha Menezes lamenta que o Hotel tenha desaparecido e que seu verdadeiro significado (alegria e amor) não tenha passado de “geração em geração”.

NOTA: Nos próximos dias, o Blog postará as entrevistas das poço-branquenses Neci Gomes e Zênia Rodrigues – sobre o mesmo tema.

4 comentários:

Muncho Lima disse...

A maior prova de que os tempos mudaram muito é a semana santa e o dia de finados. Antes eram época de respeitar e hoje é mais um feriado qualquer. Muita gente ainda respeita o significado das datas mais a maioria dos jovens e adultos continua a beber pelas ruas e bares. Nao existe mais nenhum respeito, a ordem é encher a cara e só.....

Anônimo disse...

É VERDADI BASTA VER AS RUA E BAR DA CIDADE QUI SÓ LUCRAM MAIS E MAIS NESAS DATAS. JA NAO TEM RESPEITO NEN DENTRO DE CASA QUI DIRÁ NAS RUA, DE ZÉ ARAGAO DO SERROTI

Anônimo disse...

Começando pelos filhos das personalidades de Poço Branco, inclusive de alguns entrevistados.... Que são os que mais desrespeitam e esculhambam as datas Santas-Tradicionais da cidade. Vergonhoso.

Dantas Catarino disse...

Tenho ouvido o programa de radio da oposição e muitas conversas pela cidade. É claro que tem muita mentira e conversa fiada inventada com a intenção de gerar tumultos e rixas entre as lideranças e até entre a população.
Tenho ouvido a oposição reclamar da brutalidade do prefeito e acho que isso foi verdade em alguns acasos, mas não foi em todos. Tenho ouvido cobranças de como foram investidos mais de 4 milhões nestes três anos de mandato.
Agora eu pergunto a você Daniel se isso não passa de boatos falsos pra confundir a opinião publica ou tem algum fundamento??? E por que a oposição não denuncia logo essa “roubalheira” que dizem estar acontecendo na prefeitura de Poço branco e cassa logo o prefeito???
Porque o senhor Waldemar e suas lideranças não acabam logo com isso??? Será que é apenas por falta de provas ou porque o grupo não quer ver a vice-prefeita Nilse assumir e se candidatar a reeleição, vencendo fácil porque não tem como ser queimada???
Se tem tanta coisa errada aí então é denunciar e provar logo e tirar o sofrimento que a oposição diz que o povo de poço branco tá passando. Será que eu tô certo ou não???