EM QUEM ACREDITAR? NO QUE
ACREDITAR?
Durante um evento, na semana que está chegando ao fim, um parlamentar potiguar disse a seus pares e aos demais participantes: “O ideal seria que todos os partidos deixassem para tratar de eleição só em 2014... Ainda não está na hora”. Disse ainda que as dificuldades por que passa o RN estão se repetindo em todo o país, proporcionais ao que chamou de “situação econômica privilegiada” de alguns Estados. “É hora de união para ajudar o governo do RN a construir as soluções que todos esperam”, concluiu.
Em alguns aspectos, o discurso do parlamentar
é perfeito. Porém, no tocante a hora de fazer política, no mínimo, ele exagerou: político faz política todo dia, inclusive o próprio, e em todo canto e lugar... Quanto a realidade
descrita sobre o RN, pelo menos a que vemos disposta nas mídias, ele
não foi mais do que politicamente correto com sua posição de apoio político atual ao governo do Estado. Se ela mudar, os elogios permanecerão?
A realidade potiguar não é, nem de longe, a mesma
vivida em outros Estados com porte econômico semelhante. Com certeza, os problemas
vividos no RN também existem na Paraíba, Sergipe, Maranhão, Mato Grosso, etc...
Contudo, a dimensão não parece ser a mesma, pois apesar da
propaganda governamental do RN ser intensa (e muito cara), algo consegue bombardear negativamente a maioria da opinião pública potiguar. E o que seria esse algo?
Será que as mídias dos demais Estados da federação não combatem os supostos erros e desmandos administrativos locais da mesma forma e força como se ver por aqui? O que existe no RN é apenas o jogo sujo da perseguição política, da politicagem visando prejudicar o atual governo estadual e ganhar bônus para
2014? Seria tudo fruto de inverdades, exageros e boatos criados em gabinetes adversários
por mentes marqueteiras?
Ou o descompasso administrativo percebido no RN poderia pode ser mesmo consequência do desequilíbrio econômico e financeiro herdado de governos anteriores,
da queda de arrecadação do FPE e de outras tantas explicações que nem dá para escrever
em tão poucas linhas?
Em quem acreditar? No que acreditar?
Será que o discurso do parlamentar em tela não é o padrão
da política “moderna”? Até quando seres humanos perderão suas vidas, seus futuros e suas dignidades para se criar um caos a ser resolvido, sanado ou amenizado, exatamente, antes da próxima eleição? Até quando alguns políticos usarão o discurso “da
superação e da competência” só na véspera da eleição mais próxima? Até quando vão dizer que era preciso sacrifícios tão longos para vermos algo concreto - como uma obra relevante ou o cumprimento de reajustes de servidores e prestadores de serviço? Até quando falarão (de bem ou de mal) apenas da situação da saúde,
da educação e da segurança pública, enquanto não mostram uma única forma de desenvolvimento
humano que seja definitiva, concreta e não apenas temporária? Por que aparecem
tão poucas ações desse nível para quem apenas vota, por exemplo?
Em quem acreditar? No que acreditar?
Antes, as greves trabalhistas eram o único
termômetro negativo dos governos estaduais e alguns municipais – até porque a grande maioria dos meios de
comunicação pertencia (e pertencem) aos próprios políticos. Atualmente, surgiram
as revoltas e os protestos de rua que deram um novo sentido, força e repercussão aos movimentos,
assim como o poder divulgador e independente das redes sociais, blogs e sites. Todavia, mesmo
a luta sindical, os ditos movimentos anônimos e até as postagens virtuais não são unânimes:
acredita-se que a maioria dos sindicatos possui alguma vinculação partidária e que
as revoltas e os movimentos programados e estimulados pela internet não são exatamente “organizados pelo povo” – como
alguns quiseram e querem regrar.
E agora? Em quem acreditar? No que acreditar?
Será que vale a pena ainda acreditar nas
mesmas pessoas políticas, nas mesmas famílias, nos mesmos grupos,
nos mesmos modos de manchar os adversários e canonizar os amigos políticos do
momento? Não seria a chance de mudar, de arriscar uma variação política de
verdade e que esteja fora dos padrões oligárquicos seculares do RN? Ou as
mudanças que parte do eleitorado acredita ter feito em alguns lugares (poucas
vezes) não foram boas o suficiente para arriscar tanto?
Como todo ser humano, um político tem ego e muitos
deles acreditam que sempre podem manipular o eleitorado e “virar o jogo”, na
véspera. Acreditam na força do marketing, da informação maciça e repetitiva, de
uma campanha recheada de reais e, é claro, acreditam fortemente na ignorância, na condição financeira baixa, na
amnésia coletiva e na falta de interesse político da massa eleitoral.
Em quem acreditar, no que acreditar se até os dois outros poderes (judiciário e legislativo) não possuem a mesma credibilidade de outrora? Até agora não há resposta a estas perguntas que muitos potiguares, mesmo que de vez em quando, ainda se fazem. Há quem acredite numa versão sem nem mesmo se informar sobre a outra. Não dar
para responder, mas uma coisa é certa: o mundo civilizado um dia também foi ignorante. Para isso, pagou (e ainda paga) um preço muito alto para ter vivido dias de ápice econômico e social. Quem
sabe o RN esteja nesse caminho, seja não tolerando os possíveis erros
atuais e não permitindo a volta de antigos.
2 comentários:
Nesse assunto ninguem aqui de PB vai opinar nao. Ate tem opiniao mais tem medo do prefeito ficar com raiva se o cara defender Rosalba ou da oposicao se nao se elogiar essa grande governadora. Eu nao acredito nas desculpa dela e acho que tem ezageros tambem e mentiras contra ela. Nao voto mss nela e acho que ainds podenos apostar no novo, menos no passado que a gente sabe como. Paeabens Daniel, so voce mesmo pra falar bem desse assuntosem faltasr respeitocom ninguem. Gostei de sua opiniao, valeu muita gente que ler seu blogue vai os olhos e vai abrir os oslhos de ohtras pesssoas.
Ladrao, ladrona do dinheiro publico, só isso amigo.
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