Conforme anunciado em 29 de março passado, o
Blog de Poço Branco passa a exibir uma rápida impressão da peça teatral “A
Paixão de Cristo”, sob a ótica do seu primeiro protagonista: o professor José
Cassimiro Felipe.
A PAIXÃO DE CRISTO
A primeira coisa que posso dizer sobre a Paixão
de Cristo é que Poço Branco peca muito por não valorizar a sua cultura e que
isso tem e terá muitas consequências. Agora, reservo-me ao direito de não polemizar
sobre o assunto... No mais, tenho a dizer que o Grupo Teatral Águia (GTA) foi criado
a partir de iniciativas de um antigo grupo de jovens de Poço Branco muito
presente na vida cultural, religiosa e social da cidade.
A ideia veio através da iniciativa da Irmã
Ondina Gonzatto (in memoriam) que articulou a criação de um grupo específico daqueles
jovens para atuar em peças teatrais, com destaque para as peças religiosas. Eu,
que fazia parte do grupo de jovens, fui convidado a participar desse desafio,
pois tinha alguns atributos que chamavam a atenção para a Paixão de Cristo: era
magro, tinha cabelos longos e uma barba que começava a surgir.
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Entrada de Jesus em Jerusalém (foto: José Cassimiro) |
No princípio, tive muito medo e não aceitei
de imediato. Era um jovem muito tímido e isso poderia me atrapalhar bastante. Mas,
com o decorrer do tempo, fui participando mais efetivamente dos encontros com
jovens de outros municípios, os chamados “zonais”. Com isso, fui perdendo o
medo e me sentindo mais seguro – inclusive para falar em público.
Lembro que, ao participar do III Zonal, ocorrido
em São Gonçalo do Amarante, conclui o relatório final do encontro e ouvi a
seguinte frase da saudosa Irmã Ondina: “Você está pronto. Vamos fazer um ensaio
ainda hoje?”. E então não tive mais como recusar. Foi assim que comecei a
representar o maior homem que o mundo já viu: Jesus Cristo.
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Cassimiro (Jesus) e Quinho Freitas (soldado romano) - encenação nos anos 80 |
No primeiro ano, de uma série de catorze,
confesso que, ao entrar naquela quadra de esportes, adaptada para a
apresentação, o sangue me fugia das veias. Na versão inicial da peça não
existia a “entrada triunfal em Jerusalém”, não tendo a participação do
tradicional jumento. Eu entrava a pé, a frente dos demais atores que passavam
por mim e se sentavam para ouvir um dos mais belos ensinamentos da humanidade: “as
bem aventuranças”.
Nos primeiros anos, esses momentos iniciais sempre
me faziam fugir as palavras do texto. Ao levantar o rosto e ver aquela multidão
nas arquibancadas da quadra, fazia uma prece emergencial ao Senhor Jesus Cristo
e acredito que ele sempre me socorreu. Ao pronunciar a primeira palavra, o medo
sumia e o texto fluía em sua plenitude.
Nessa época, a apresentação era realizada num
só dia - a sexta-feira santa. Após a minha primeira apresentação, a Irmã
Ondina, muito entusiasmada com os resultados, convocou uma reunião de avaliação
entre os membros participantes. E nos dias seguintes, o assunto na cidade era o
sucesso da Paixão de Cristo.
CHUVAS
A terça-feira (14) trouxe muita chuva nas regiões
Litorânea, Agreste e Mato Grande. Nas últimas 24 horas, as maiores chuvas se
concentraram no litoral norte do Estado, especialmente na altura do município de
Touros - onde o índice pluviométrico registrado pela Emparn foi superior a 30
mm.
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Imagem de satélite - Emparn |
Em João Câmara, a Emparn registrou pouco mais
de 15 mm de chuvas de ontem para hoje. Já em Poço Branco, onde não há estação
medidora oficial, a leitura do satélite mostrou chuvas de intensidade em torno
de 10 mm. O final da tarde chegou mais cedo, assim como a noite, e a cidade de
Poço Branco escureceu mais cedo que o normal. A iluminação pública da cidade foi acionada
e as pessoas, sem outra opção, combateram o frio ficando mais tempo dentro de
casa.
Segundo o site Climatempo, a previsão para o
município de Poço Branco é de tempo nublado até o domingo (19), com
chuvas a qualquer hora – especialmente à noite/madrugada.
2 comentários:
Boa reportagem. Ondina é minha querida amiga.
Interessante lembrar o passado. A reportagem do José C. Felipe sobre o Grupo Teatral Águia me oportunizou um olhar sobre Poço Branco onde exerci meu ministério pastoral durante quase 4 anos. Parabens pelo aniversário de emancipação!
Sou a Ir. Ondina Gonzatto. Moro em S.Paulo e continuo atuando intensamente!
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